Viajar com crianças

Como viajar com crianças

Viajar com crianças é muito difícil”, escutei muito essa frase ao longo da gravidez, e prometi a mim mesma que a minha filha jamais seria empecilho para deixarmos de viajar, e ao longo dos seus 20 meses, já foram 6 países explorados e tem muitos outros na lista.

Viajar com crianças não necessariamente precisa ser um terror, com organização, paciência e planejamento pode se tornar uns dos melhores momentos em família, e ter muitas recordações para lembrar daqui uns anos.

Viajar com crianças de avião

Bebês podem viajar de avião?

Não existe uma idade mínima para viajar com bebês, mas em geral as companhias aéreas só aceitam bebês a partir de 7 dias de vida, outras apenas com 10 dias. Nesse caso é preciso avaliar a necessidade de viajar com um recém nascido.

O pediatra da Valentina pediu que esperasse completar 3 meses, para que ela pudesse tomar as vacinas principais e tivesse um pouco mais de resistência para ficar em ambientes fechados com tantas outras pessoas, assim fizemos, e a primeira viagem de avião foi aos 4 meses.

Documentação

Vôos Nacionais e América do Sul

Para viajar com crianças dentro do país e para a América do Sul (exceto Suriname e Guianas) precisa apenas apresentar o documento de identidade, o RG, ou a certidão de nascimento original.

Vôos Internacionais e sem um dos pais

Para vôos internacionais é preciso do passaporte com até 6 meses de validade, e de acordo com o país que for visitar, o visto de turista.

Caso o bebê ou a criança for viajar apenas com um dos pais é preciso uma permissão registrada em cartório, destinado para o país que for visitar. Uma boa opção é incluir essa autorização quando for emitir o passaporte, assim já fica impresso no documento.

Compra de passagens e assento

Sempre optamos por vôos que não tenha muitas horas de escala e no caso de vôos muito longo, temos preferência pelo noturno, assim temos a garantia que ela vai dormir por algumas horas e ter pouco tempo para ficar entediada. Os vôos de curta duração, tento adequar aos horários da soneca.

Até os 2 anos a criança pode viajar ao colo, pagando uma taxa de até 10% do valor da passagem de um adulto, mas fica bem complicado em vôos longo, ter a criança ao colo o tempo inteiro.

Nesse caso pode solicitar até 48h antes do embarque o bercinho para a sua companhia aérea, esses bercinhos comportam bebês de até 14 kg, mas é sempre bom conferir as especificações antes de solicitar.
Berço de avião

Carrinho de bebê

Temos que ter em mente que viajar com crianças, resulta em ter que carregar algumas coisas a mais, mas o carrinho ajuda durante os passeios, quando a criança não quer mais andar ou deseja dormir.

Os modelos mais indicados são os carrinhos de passeio guarda chuva, opte por um que tenha boa inclinação e a criança possa dormir confortavelmente. No avião ele pode ser entregue na hora do check in sem custo adicional, ou na entrada da aeronave.

Eu prefiro entregar na entrada da aeronave, assim ao chegar ao destino eles me entregam logo na saída da aeronave, sem precisar carregar a criança ao colo até o saguão de desembarque.
Carrinho de bebê quinny

Alimentação durante o vôo

Viajar com crianças faz com que os pais tenham muitas preocupações, uma delas é a alimentação durante o vôo, se é permitido, quanto que pode levar e como. Pode sim levar a o leite, papinha, petiscos na bagagem de mão, a exigência é que estejam fechados em sua embalagem original, para que possam identificar o que é.

Eu gosto de levar fruta, iogurte, biscoito, leite, e em vôos de longa duração até a refeição como almoço ou jantar. Prefiro levar de casa do que oferecer a comida do avião. A alimentação dos bebês e crianças não precisa seguir a regra dos 100ml, pode ultrapassar, mas sem exageros.

Caso precise de água morna, aquecer a papinha, não se preocupe, peça essa gentileza ao serviço de bordo, muitas companhias aéreas disponibilizam em seus sites, os serviços oferecidos a bebês e crianças.

Mala de Mão e Troca de fraldas

Além da alimentação para o período do vôo sempre levo algumas coisas a mais por precaução, caso ocorra algum atraso do vôo, não corremos o risco de passar por um perrengue ainda maior.

  • Fraldas Descartáveis, considero a quantidade que ela usa por dia e coloco o dobro na mala.
  • Lenço Umedecido, pomada de assadura.
  • Troca de roupa, levo sempre 3 opções, já aconteceu da fralda vazar durante o vôo.
  • Manta/cobertor infantil, em geral as companhias aéreas disponibiliza uma manta para vôos de longa duração, mas eu prefiro levar para as esperas no aeroporto.
  • Remédios, sempre levo para dor, febre e alergia. É permitido, levo na embalagem com a bula.
  • Termômetro, sempre deixo a disposição na mala de mão.
  • Brinquedos, não levo brinquedos sonoros e que possa incomodar os demais, filmes e videos no tablet também ajuda a distrair.
  • Trocador de bolsa, sempre levo, alguns aeroportos e aeronaves disponibiliza apenas aqueles trocadores dobrável de parede, então gosto de colocar o trocador de bolsa por questões de higiene mesmo.

Os banheiros de aeronaves já são pequenos, trocar um bebê então é uma ginástica a parte, mas não é impossível. Por comodidade, já troquei algumas vezes no próprio assento, mas isso vai do bom senso, não dá para trocar uma fralda de cocô no meio da aeronave, nesse caso convém mesmo fazer uso do trocador do banheiro.

Precauções

Não esqueça de levar o cartão do convênio saúde, e verifique onde fica o hospital mais próximo de onde for se hospedar. Para viagens internacionais, não esqueça o seguro saúde e tenha em mãos o telefone para caso precise.

Fale com o pediatra sobre a viagem, e obtenha informações sobre alguns cuidados, como protetor solar, repelente e algumas medicações emergenciais e se o destino escolhido exige alguma vacina extra.

Destinos

Para viajar com crianças ou bebês, é preciso levar em considerações os horários das alimentações e sonecas, é preferível aumentar o número de dias da viagem e fazer os passeios com calma, do que fazer tudo na maior correria e acabar ocasionando momentos de estresse.

Agora com a Valentina andando, interagindo e ficando bem curiosa com as coisas ao seu redor, eu sempre pesquiso atividades e lugares infantis no destino escolhido. Museus por exemplo, só arrisco de visitar de acordo com o humor e disposição dela, se está próximo da soneca, vejo que é uma boa hora, caso ela esteja cheio de energia, procuro outro tipo de lazer.

No meu ponto de vista não existe uma idade certa para conhecer alguns destinos, acredito que depende mais da disposição dos pais e do comportamento da criança. Os pais conhecem seus filhos e sabe se eles vão curtir ou não o destino pretendido.

O mais importante é ter muita paciência, entender que a criança cansa de ficar no carrinho, que ela pode querer o colo ou simplesmente preferir descansar na cama. Saber a hora de parar o passeio e retornar para hotel, respeitar acima de tudo os horários daquele viajante mirim, acredite, viajar com crianças e bebês é uma delícia.

Fabiane Fernandes

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